Prosa

domingo, 24 de julho de 2011




Dia desses, me achei parado diante do espelho. Ali, in solo, averiguei traços de rosto, barba, cabelo. De enfeite, então, comecei um papo de mim comigo mesmo. Tecemos conversas de livros, filmes e inspirações. Paramos, então, no último, chegando a ela e à dúvida. Sim, porque volver a ela é se achegar à dúvida. E quem é ela? Ela é a minha sílfide, a moça que, no trocar de olhares e pensamentos, faz meu coração bater mais apressado. E que é a dúvida? No dicionário, incerteza quanto à realidade de um fato ou à verdade de uma afirmação. Na minha vida, é o que se põe entre mim e a minha amada. Mas dúvida quanto a que? Quanto à realidade do fato de minha amada vir a ter o mesmo sentimento ou se abster dele. Prolonguei ali tais conversas sobre o tema, e, na falta de resposta, me saiu de montagem com nada este poema que escrevo.
Faria a ti, minha amada inspiração,
os mais belos versos, músicas, poemas e,
acaso aborreça-te destes,
trocaria as palavras, as notas, os temas.

Dar-te-ei a mão e o abraço quando não quiser o beijo,
farei em ti ardor em fogo para quando me quiser em desejo.

Abraçá-la-ei com calor nos dias frios;
Preenchê-la-ei, amor, quando achar que há vazio,
Estarei para ser o complemento da tua alma,
Adivinharei, na tua raiva, para saber o que te acalma,
Farei encher de sorrisos em tua tristeza,
Serei sempre este eu, e a mim, só me basta a tua certeza.

Terminado os versos e a solitária prosa, fui ter com o chuveiro, as dúvidas e o
FIM.

O mais belo texto do mundo

terça-feira, 19 de julho de 2011




O mais belo texto do mundo

Era o mais belo sorriso do mundo, entre os mais ternos carinhos do mundo, e o beijo mais doce do mundo, ambos aqui letrados, narrados e descritos com a tinta mais simples que há, no papel mais comum já feito para o mais belo olhar de todos. E neste emaranhado, onde o belo e o trivial se completam chego eu a meu lugar na história. Não assim só meu, meu eu digo a ação, sim porque estive a por o sorriso do rosto, a ganhar o afago da mão e a ser adocicado pelo inesquecível beijo.
Sei, de absoluto, quem será a primeira a ler o texto. Sei ainda quem serão os outros, mas estes são apenas terceiros. A eles, não me dou; disponho-me apenas à primeira. Desafio-me a prever se ela, enquanto compreende meu texto, não tece um sorriso; se sim, desafio ganho, este será o sorriso mais bonito que este ano verá. É por ela, só por ela, que me ofereço de regozijo, ao não-temer o sentimento, acaso nela não venha a existir jamais. Mas agora vamos ao assunto que dá nome ao titulo do que escrevo aqui, Quanto ao texto, pode ser que o título seja pretensioso demais, haverá outros melhores, mas nenhum cuja certeza é maior do que a minha ao valer-me do papel e da tinta para escrevê-lo. A pretensão que o molda e a razão que o faz existir transformam esse texto no mais belo do mundo. E quem vier de encontro – não ao texto, mas à minha convicção ao tecê-lo – o faz porque nunca beijou lábios tão doces, nunca foi alvo de carinhos tão vivos e sequer foi observado através de olhos tão belos Àqueles, meu texto não será nada além de um texto qualquer; a outros, pode ser inspiração; a ela, será o meio de fazer seu coração bater um cadinho em compasso com o meu, quem sabe.

Os 14 versos

Poderia pedir a explicação sobre a
natureza e o ventos, sobre a vida e o futuro, os amantes e os rebentos. 

Mas me cabe agora pedir apenas a entender as formas de teus cachos, os
sorrisos e os seus escrachos 
, sob a alma que lhe habita dentro.
Queria fazer um soneto, talvez com seu olhar, mas me falta manha para expressar
,ou talvez os 14 versos não me saem de forma tão bela - Não me culpe
quem lê - porem apenas para mim poder dizer coisas não tão gigantescas
sobre você me faz sorrir muito mais do que entristecer.